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30.6.09

zii e zie

eu postaria quase todo o novo disco de caetano aqui. aos poucos. à medida que uma música ou outra me fosse ficando mais próxima da vida. ontem sem cais, hoje lapa. anteontem já foi a cor amarela. uma trilha sonora que me é tanto e tão diferente hoje. me acerta em vários momentos. não sei se culpa do próprio caetano, ou de pedro sá e do resto da banda cê. ou da mistura. mas é melhor dizer logo tudo de vez a ficar pingando letras por dias seguidos.

29.6.09

se fez de sonso. fingiu que não era com ele. desejou tanto que não fosse que se perguntou se de fato seria, mesmo tendo certeza. abriu um sorriso. sorriso amarelo que se quer branco e sincero. para quebrar aquelas palavras no ar. quebrar-lhes o sentido que podiam fazer a qualquer ouvido, principalmente aos seus. cortar-lhes pela raiz, da boca mente espírito da moça vermelha que com elas lhe tirara o chão. passou direto, sem resposta maior que o sorriso. que se não foi a mais sincera, ao menos atingiu os objetivos.

ressenti

as gotas que pingam das folhas nas horas de sol. as curvas que custam firmeza e féao quebrar. os sopros de vento tão fortes de fazer virar. o calor a calma e o nada que fiz.
abre a porta, vai pra rua. e fica olhando. só pra ver movimento. pra ficar parado. pra não precisar. e quando faz isso, enquanto não sabe o que quer, se sente menos mais. e quando parece que um passo seria esforço. já foi mais longe do que imaginava. ali, naquela árvore grande. no parque que não foi da sua infância. na rua perdida do centro e do subúrbio. fora do eixo e do foco e do campo de visão. ele estava sentado. com duas idéias na cabeça que não se comunicavam, não se tocavam e nem se entendiam. foi assim que, com o fim do dia, se viu rodando solto o caminho de volta.

28.6.09

capeta devidamente abraçado!

26.6.09

eu que já não posso ir
te peço pra acompanhar
leva ela embora pronde precisa chegar

caminha de lado,
mas deixa um espaço,
qué pra mão não encostar
e ela criar força
se segurar

não fala muito de mim,
que não sou mais importante.
fala do futuro
que existe prum lado depois.

e aí quando chegar lá
e ela se for indo,
diz que desejo sorte
sei que tudo vai dar certo.

manda um abraço,
não muito apertado,
só pra espantar o nervoso
e dá também um beijo na testa,
se os olhos pedirem apoio.

enxuga as lágrimas
alguma vai aparecer que sei
enxuga as lágrimas
quisso acalma o coração.

diz que a confiança queu tenho é no sonho
da menina que brinca com o sol
que tem dentro dela

que daqui o que faço é soprar
uns ventos frios e bons
pra se carregar qualquer coisa
pra ajudar

20.6.09

mar aberto, mar adentro, mar intenso, mar imenso
sem cais

17.6.09

corpo

descasca a cor dos olhos pra ver amor

transluz a vida o vidro sem brilhar

esconde o sol das mão pra ser sorrir

e a luz ali não vai correr de nós

12.6.09

das linhas queu leio escrevo componho 5 são jogadas fora pra uma ficar. cada outra que escapa faz de um tudo pra voltar. caneta puxa tinta pra mão corre veia pro corpo. palavra que passa por toda pele antes de decantar pra parte de cima dos ombros. eu penso não penso não penso mais nada não chego em nenhum ponto.
ponto ponto ponto

r i s c o

7.6.09

ignição

às vezes penso que não sei mudar de passo. trocar de faixa. sair da linha (e voltar). com tantas luzes, tantas cores. é muita força queu não controlo. e a velocidade queu não entendo!

paro respiro fundo dou partida de novo. morro.

2.6.09

cinco passos dele, três dela. um pouco a diferença de tamanho, um pouco o esforço quele fazia para não pisar nas linhas. não fazia sempre, mas naquela calçada era inevitável. estivesse atrasado como fosse, corria apenas o suficiente para pisar uma vez em cada quadrado branco.

hoje ia com renata e com calma. conversavam sobre qualquer coisa desde a descida do ônibus. como sempre discordavam. mas naquela rua, seus argumentos iam no passoa das linhas em que não pisava. os dela, na pressa de o alcançar. as mãos não se davam. ela gesticulava, olhando mais para a rua que para a frente. os olhos dele no chão.

veio a esquina. o sinal. os carros correndo seu som de girar. pararam ali. esperavam silêncio e vermelho para continuar. não se olharam para confirmar, mas sabiam que a partir dali não discutiriam mais. assim como os quadrados na calçada justificavam os passos dele. ela tinha mania de deixar os espaços decidirem quando os assuntos se esgotavam. e cruzar aquelas portas a faziam mudar de assunto sempre. um comentário qualquer. sobre o piso, as escadas ou a janela. um 'vou ao banheiro', ou até o silêncio faria ambos esquecerem a conversa anterior. 'em que mesa?' serviu dessa vez.

sentaram ao canto. mesa pequena, sob a janela grande. a mesma de sempre. de frente um para o outro. capuccino e biscoitos, expresso duplo e croissant. outra conversa vazia. agora cheia de olhos e mãos. o filme que viram na semana passada ainda estava em cartaz.