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30.5.10

o qué que muda quando a gente se muda. eu vejo outros cantos pensando nos mesmos contos. mas não. revejo carências e me sinto propenso a repensar. talvez algumas conversas fossem diferentes hoje. e os resultados os mesmos. ?. eu sei que não quero mais as certezas que tinha. pra poder diminuir meu longo prazo pra alguns meses. e viver de temporadas. deixando a garrafa levar o barco. sem perceber que só gira no mesmo lugar.

24.5.10

o tempo muda desde o meio de maio. desde que eu calo. faz calor. e cada gota de suor que pingo me faz falta. fecho o olho e pulo o vento. eu tive uma ideia pro melhor dia do ano.

21.5.10

me vem de vez em quando uma voz. que me pega surpreso comigo e com a minha displicência. é um susto se ver diante dos menores problemas. se perguntar sobre o a depois do ponto. a ponto de não saber mais se encontrar qualquer início vírgula fim.

20.5.10

eu vejo

das quatro janelas que pus no quarto vejo reflexos diversos da vida. vejo brilhos distintos de tempo. e passeio por todos os passados. passo eu, em lugar da rua. pela saudade que carrega cada pedaço rasgado, cada abertura. e tento não pensar. só passar. só queimar no peito as luzes fortes. de mares e olhos.

e sem nunca fechar qualquer delas. deixo a vida toda ventar.

16.5.10

quasequinze

o que o dia pede eu peço a mim mesmo

nas quinze horas
de sono acumuladas pra viver
nas quinze horas
de um dia que morre

eu vejo tudo de novo e paro
e vejo tudo de novo
em luz e muito branco

estouro

os lugares por onde andei em mim pulsam
e pulam bagunçam certezas de quinze minutos

e peço de mim o que o dia me pede

15.5.10

aos sábados eu não não me escondo mais
paro de fazer isso
pra começar a não dormir

e vendo o dia cansar
eu lavo e peneiro
a massa branca fina passa
e eu me deixo ficar
morro

nas primeiras horas da manhã

14.5.10

eu já transformei minha vida eu palavra. agora o que faço é brincar de dislexia.

6.5.10

doméstico

tomei na noite passada as cervejas que tinha guardado pra tua vinda. comprei outras dpeois, que cê inda vai encontrar na geladeira. mas o fato é que bebi as suas. mas cê sabe. ontem fiz uma faxina de livros, revistas e vida. bem dessas que a gente não consegue fazer a palo seco. ou com a garganta seca, que seja. estavam ótimas. véu de noiva, como cê queria, e como não sei se essas outras estarão quando cê for beber. os cigarros tão na gaveta da direita da mesa se estudo. não mexa em mais nada. meus papéis estão ordenados. esteja em casa, eu volto já. fui comprar uma mesa de cabeceira que não acho que preciso.