não era tanto o som
mas o eco de um violão
que o fazia acordar
todas as noites
às três e quarenta da manhã
pr aligar e desligar a tevê azul
pra sentar e deitar
virar e virar e desforrar o lençol da cama
e não pensar mais em nada
só ouvindo ecoar
o som das cordas espessas
presas
indo e voltando
batendo
nas paredes nas quinas nos cantos
daquele quarto vazio
flutuante
Páginas
22.9.08
21.9.08
17.9.08
vem cá
me olha bem no olho
daquele jeito nosso
que me faz pensar nas flores
do arranjo de mesa da tua sala de estar
chega mais perto
põe minha mão na tua
me puxa
daquele jeito solto
que quase deixa encostar teu pé no meu
e faz dançar a tua saia verde e a minha bermuda jeans
aí me abraça apertado
daquele jeito junto
com o corpo inclinado
e a cintura chamando minha mão a rodar
depois encosta tua cabeça na minha
do teu jeito de lado
que faz misturar a minha barba e o teu cabelo enrolados
e me mostra o teu pescoço a beijar
e empresta teu ouvido à minha boca
prela te contar um segredo
prele ouvir em palavra
o que teu corpo conhece em beijo
daquele jeito nosso
que me faz pensar nas flores
do arranjo de mesa da tua sala de estar
chega mais perto
põe minha mão na tua
me puxa
daquele jeito solto
que quase deixa encostar teu pé no meu
e faz dançar a tua saia verde e a minha bermuda jeans
aí me abraça apertado
daquele jeito junto
com o corpo inclinado
e a cintura chamando minha mão a rodar
depois encosta tua cabeça na minha
do teu jeito de lado
que faz misturar a minha barba e o teu cabelo enrolados
e me mostra o teu pescoço a beijar
e empresta teu ouvido à minha boca
prela te contar um segredo
prele ouvir em palavra
o que teu corpo conhece em beijo
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talitas marias rebecas e outros clichês
16.9.08
eu tento olhar direto pro sol. esquecer da cortina arrancada. deitada. amassada no chao. vejo um raio que corta o quarto. vejo um azul. vejo o vermelho das minhas mãos e esqueço do sujo da chuva. esqueço por um segundo. mas penso que pode ser pra sempre. penso que posso queimar essa pele. torná-la seca e dura. tanto pra poder descamar noutra. pessoa.
sou pessoa que não escorre.
sou pessoa que não escorre.
5.9.08
é a angústia de reconhecer o branco de tudo. de saber que sou eu. quem sou eu?
cada gora de chuva que suja a cortina branca me mancha das coisas deque me escondo, não só nos sábados, mas todos os dias. fecharia a janela. mas não arrisco me levantar. um vento. um trovão. o clarão. acordo vermelho. mao na cabeça.
acordo.
cada gora de chuva que suja a cortina branca me mancha das coisas deque me escondo, não só nos sábados, mas todos os dias. fecharia a janela. mas não arrisco me levantar. um vento. um trovão. o clarão. acordo vermelho. mao na cabeça.
acordo.
4.9.08
eu olho pro lado. pra cortina branca que me esconde do sol de todas as manhãs e penso no que eu queria. no que eu poderia fazer numa noite de gripe e dor de cabeça.
talvez tomar uma aspirina. ouvir uma música calma. ver um filme engraçado. ou ler alguma coisa interessante.
no branco da cortina eu vi bem claro que nem caetano ou adriana calcanhoto. nem guimarães nem bandeira. nem almodovar nem chaplin. nada me acalmaria naquela noite.
nem mesmo aquele cafuné que tava me fazendo tanta falta.
talvez tomar uma aspirina. ouvir uma música calma. ver um filme engraçado. ou ler alguma coisa interessante.
no branco da cortina eu vi bem claro que nem caetano ou adriana calcanhoto. nem guimarães nem bandeira. nem almodovar nem chaplin. nada me acalmaria naquela noite.
nem mesmo aquele cafuné que tava me fazendo tanta falta.
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