pegou o pincel que ficava escondido numa das muitas gavetas do armário. e as tinatas. verde. azul. vermelho. em frente ao espelho, pintou. em todas as direções. sentido. passava a tinta como se limpasse a alma. como se colorisse os olhos. como se gozasse a dor. olhou. não viu senão o cinza. o memso cinza de todas as coisas.
sentiu ainda na boca o gosto da fumaça que transpirava.
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21.10.08
13.10.08
12.10.08
10.10.08
3.10.08
como chegou em casa ficou até dormir. horas depois. molhado. acordou nublado e cinza. cinza o jornal que fingiu ler. cinza o café que não tomou. cinza a fumaça do cigarro que tia fumava na janela da sala. fumaça suspensa. densa. como a fumaça no quarto cinza. voltou para a cama. fechou a cortina. esperaria a chuva cair novamente.
esperava a hora em que ia pingar.
esperava a hora em que ia pingar.
2.10.08
mais uma vez ele saiu. teimou naquela idéia. de se vestir. sair. e investir contra o cinza que se suspende no céu. no lugar do sol. achou que poderia encontrar uma brecha. um raio. mas achou um pingo. depois outros o acharam. voltou pra sua casa cinza.
ficou em casa molhado e cinza e suspenso como o dia.
ficou em casa molhado e cinza e suspenso como o dia.
1.10.08
depois de vinte e dois de setembro ele saiu de casa. o quarto deveria, agora, parar de flutuar. a cortina não iria mais impedir o sol de entrar. saiu e procurou as flores. saiu pra ver se via o sol. viu, na mesa branca do bar pequeno, as nuvens que de novo cobriam as árvores e o céu. misturando sombra e e chuva. o toró ainda cai! deicidiu que seria pra ele também, como f disse: outubro ou nada.
pra que serve um solstício se minha primavera não chega.
pra que serve um solstício se minha primavera não chega.
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