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21.10.06

aos poucos

Toda aquela densidade
Toda aquela gravidade
E toda a solicitude
São só a luz refletida

No vazio do espelho.

Todo aquele jazz antigo
Que ela ouvia por todo o tempo
Não era mais que miragem
Para entretê-la na frente

Do espaço do espelho.

Seus olhos fundos e fixos
Naquela teia de texturas
Que a envolvia lentamente
Entre as nuvens que se escondem

No verso do espelho.

http://www.flickr.com/photos/vertigem/272372305/

6.10.06

não há homem mais correto
do que aquele que corre
em defesa do seu erro

que, do mosaico que sabe
ter escondido nas nuvens
que traz por detrás dos olhos,

faz sair, como de um impulso
qualquer, o brilho branco
de algum sol que o assimila