ainda não é março. não é 22 de nada. mas eu, que não acredito em epifanias, vejo tudo com outras cores. me vejo novo no mundo inteiro. me lembro - e acho graça - de algumas certezas, de alguns pensamentos. eu sinto, com a pele e o coração. penso com outra cabeça. eu penso mais que isso. mas não quero falar.
eu quero, eu quero é viver.
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10.1.11
24.10.10
obsessivo-possessivo
se tinha um problema sério com as palavras em geral, ficava especialmente desconfortável com os pronomes. difícil não perceber como ficava constrangido e sem rumo quando enfrentava a leitura ou era obrigado a utilizar em uma frase de um integrante do grupo gramatical em questão. não gostava nem um pouco do poder que os benditos tinham de querer incorporar a força das demais palavras e significados. não gostava nem um pouco de pronomes, definitivamente.
20.5.10
eu vejo
das quatro janelas que pus no quarto vejo reflexos diversos da vida. vejo brilhos distintos de tempo. e passeio por todos os passados. passo eu, em lugar da rua. pela saudade que carrega cada pedaço rasgado, cada abertura. e tento não pensar. só passar. só queimar no peito as luzes fortes. de mares e olhos.
e sem nunca fechar qualquer delas. deixo a vida toda ventar.
e sem nunca fechar qualquer delas. deixo a vida toda ventar.
16.5.10
quasequinze
o que o dia pede eu peço a mim mesmo
nas quinze horas
de sono acumuladas pra viver
nas quinze horas
de um dia que morre
eu vejo tudo de novo e paro
e vejo tudo de novo
em luz e muito branco
estouro
os lugares por onde andei em mim pulsam
e pulam bagunçam certezas de quinze minutos
e peço de mim o que o dia me pede
nas quinze horas
de sono acumuladas pra viver
nas quinze horas
de um dia que morre
eu vejo tudo de novo e paro
e vejo tudo de novo
em luz e muito branco
estouro
os lugares por onde andei em mim pulsam
e pulam bagunçam certezas de quinze minutos
e peço de mim o que o dia me pede
22.4.10
berenice me disse que não se perdoaria. e eu que sabia que era verdade sorri. escrevi um =p num guardanapo da mesa e passei ao outro lado. sei que seria impossível a ela viver ignorando esse fato. não esquecia nada. nunca. tinha a memória queu jamais invejei ter. eu que me lembro, mas gosto de esquecer. sabia nomear todos os filmes que vimos juntos em três anos passados. e com quem estávamos todas as vezes que nos cruzamos naqueles shows da ceninha, em que ela trabalhava e eu só bebia. era assim que ela vivia. e hoje, tendo dito o que disse, eu soube que não era mentira. por isso a risada e o recado. pra que também ficassem guardados. pra que fossem sempre associados a sua falta de perdão. como sei que ficariam. já que de tudo ela se lembrava. eu é que dali a três outros anos, quem sabe, lembraria mais do =p no guardanapo que de qualquer falta que ficasse sem perdão.
10.4.10
num dia escolheu ser branco. acompanharia a vida dessa forma. se quis fazer branco pra sempre. e seguir. esquecce um detalhe simples. esqueceu que o branco carrega em si todas as cores. e o peso disso dentro dele não cabia. desabou branco na esquina. sangrou verde e azul. voou pedaços de amarelo e vermelho. a chuva caiu e varreu.
juntou-se novamente em algum bueiro da cidade branco.
juntou-se novamente em algum bueiro da cidade branco.
9.4.10
entranhei
estranhei a rua. essa chuva não para e o frio parece que chegou. caminho poucos pingos. e passo as prateleiras com cara de quem comeu mais do que deveria. a notícia de um sanduíche me dá água nos olhos. e eu choro a beterraba desifratada. o coalho e o parma. e a volta carrega o leite e o coração na sacola. e não é saudade. é o peso da escolha. e o que não é mais estranho está tão dentro que incomoda. não se desloca mais.
solto no chão a certeza de que alheio sou eu.
solto no chão a certeza de que alheio sou eu.
29.3.10
22.3.10
ano novo ou nota sobre romance
hoje eu assiti romance. sábado passado, sem nem lembrar. sem nem pensar muito. fui à locadora do outro laod da rua e escolhi 4 filmes. romance um deles. me chamou atenção entre os filmes brasileiros na gondola. a capa bonita. amarela e com os meio-sorrisos de leticia sabatella e wagner moura. do outro lado, a direção de guel arraes. foi o último a ser escolhido. o fim é que o foi. e hoje foi visto.
e no meio de tanta imagem e tanta coisa uma frase me fez lembrar de outra frase. na verdade dela mesma dita em outras palavras. por outra mulher. em outras circunstãncias. um ano atrás. quase exato. hoje e há um ano, duas mulheres me diziam que "sempre é uma invenção a pessoa por quem a gente se apaixona". e eu compreendi então como hoje as verdades dessa frase. e discuto com ela agora, como discuti antes. mas discuto comigo. guardando segredo até desse post sobre minhas idéias.
escrevo apenas para marcar a ironia de completar um ano em lugares tão identicamente diferentes. e que me fazem pensar que março, não pelo fim do carnaval, mas pelas frases de um filme, me marcam o começo da vida nova. e que esse blog possa acompanhar minha mudança sempre presente.
e no meio de tanta imagem e tanta coisa uma frase me fez lembrar de outra frase. na verdade dela mesma dita em outras palavras. por outra mulher. em outras circunstãncias. um ano atrás. quase exato. hoje e há um ano, duas mulheres me diziam que "sempre é uma invenção a pessoa por quem a gente se apaixona". e eu compreendi então como hoje as verdades dessa frase. e discuto com ela agora, como discuti antes. mas discuto comigo. guardando segredo até desse post sobre minhas idéias.
escrevo apenas para marcar a ironia de completar um ano em lugares tão identicamente diferentes. e que me fazem pensar que março, não pelo fim do carnaval, mas pelas frases de um filme, me marcam o começo da vida nova. e que esse blog possa acompanhar minha mudança sempre presente.
25.1.10
mais de mês
um ano quase não passa sem movimento. e tantas palavras verdadeiras quanto se conseguuir achar. verdades e palavras. eu encontrei algumas nas ruas nas águas e nas bocas na cidade. ou passeando soltas no vento. hoej eu ando sempre esperando esbarrar noutras muitas. pra correr o ano bem. e aguentar sóbrio o tempo.
23.10.09
21.10.09
em algum palavra esqueceu a vontade. em alguma conversa perdeu o tesão. não sabia por que continuar. não sabia. por quê não? levantou do banco da sala. olhou pra janela do céu, na parede do quarto. fechou os olhos. respirou fundo. pulou o muro da da casa. pulou as calçadas na rua. amanhã voltaria a pensar dentro das linhas. hoje ia procurar novos olhares.
16.9.09
diário
de todos os dias ele levava uma coisa. e tentava guardar. uma frase uma imagem um cheiro ou um nome. anotava tudo nom bloco, com data hora lugar e sentimento. e olhava todo fim de mês. a ver o que colecionara de vida. olhava todo fim de ano. lembrando o que passara. e sempre a algria. a tristeza. a harmonia. a criança. a manhã. a moça. a música. o sorriso. e o sol. sempre uma coisa nova.
hoje fechou os olhos e escreveu o fim.
hoje fechou os olhos e escreveu o fim.
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