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20.1.05

Faço agora as vezes do poeta
Que ama aquilo que não pode ter
Beijo o brilho no olhar daquela moça
Que um dia esteve aqui
Ouço as vozes do amor impossível
Luto contra tudo o que se considera invencível
E venço,
Tendo por arma o lenço, daquela moça
Que não está aqui
Olho pros lados, mas meus louros não existem
São criação e são negação
São a vitória que nunca ocorreu
A marca de uma vida inútil
No mundo fútil que inconsciente criei
No coração daquela moça
que não está aqui
Então decidi fazer valer a pena
E de certo modo fiz
E dei adeus pra sempre a ela, àquela moça

que nunca, nunca esteve aqui

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