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28.2.05

Acabaram-se todas as palavras, as poesias
Vão-se minhas dores, minhas tristezas
Sou só eu, sem resguardos, ou armaduras
Vão-se minhas alegrias, disfarçadas ironias
Sobro eu, meus pensamentos infindos
Vão-se minhas ideologias, estereotipadas e mesquinhas
Derrubam-se as paredes que cercam meu interior
Vão-se minhas mínguas de hipocrisia
Mostram-se minhas faces, que são uma só
Vão-se minhas máscaras, meu sol-lá-si-dó
E o que resta agora se não eu?
Vão-se, então, minhas paixões, prisões no céu
Resguardam-se agora o sarcasmo e a trivialidade
Vão-se minhas lembranças, minha criança
O que mais? Acabou, acabei...
Vão-se minhas amizades, minha tradições
Sobrei só, eu, com uma coisa a mais
Coração, rumo deturpado duma vida sem estragos.

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