eu espero a água bater nos meus pés antes de qualquer coisa. e enquanto a onda volta, levando a areia e afundando mes calcanhares alguns milimetros, eu olho pro céu. como se pedisse uma benção de lá. como se o vento pudesse me aceitar o corpo. me levar no braço. me soprar o rosto com outro ar. os primeiros passos que dou são curtos. e firmes. depois disso sou mundo. mergulho na certeza da água. e me quero soltar na calma e no fundo. e ser tão eu que seja tudo.
Um comentário:
Curti ao ponto de querer um mar. Lendo, lembrei de trecho de uma canção de Nando Reis, "quando a gente fica em frente ao mar, a gente se sente melhor". Talvez seja isso que preciso para me sentir "tão eu que seja tudo" (adorei essa parte!).
Abraços,
Gabriela
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