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10.3.10

morada

sentado na cadeira velha o homem pensa na vida boba enquanto vê o céu mudar suas cores. na varanda da cozinha o cheiro forte das ervas na panela fervendo o chá completam a cena fatalidade do dia. de cair em si e viver só. é o que pode ser nesse fim de tarde ardido e quente, sem brisa e sopro. é o que espera a noite: uma xícara três páginas e muita falta de sono. e na dureza do chão da sala esperar as paredes encolherem até o teto se fazer um ponto branco e sem fim pra que se perca de si.

Um comentário:

milena disse...

as vezes eu queria que o teto não existisse. noutras, que o chão não existisse. mas isso nunca foi possível, a não ser nos meus delírios.