Páginas

16.8.04

céu azul...

“Ah, o céu do amanhã será azul...”
Escutei essa frase numa música. Intrigou-me a colocação. Por que a ênfase no futuro? Não foi azul o céu de hoje, nem fora assim o de ontem? Esta questão me rondou a imaginação, até que o óbvio me surgiu: a ênfase não está no amanhã, e sim no azul do céu. (perdoe-me o autor se eu estiver enganado, pois desconheço a música por completo, mas é esta a minha interpretação). É claro, não importa quando ou como, o céu estará sempre azul. Hoje, amanhã. Até nos dias nublados, pois é nesses dias que ele está mais azul, nós é que não conseguimos vê-lo. Mas na minha frase – o céu estará sempre azul – reparei que novamente devo mudar o foco. Agora o céu e o azul são secundários. Passa a ser principal a idéia de sempre. O céu é apenas uma constante no mundo, mas a previsão do tempo só menciona o sol ou a chuva, as nuvens. E o céu? Será que sua função é simplesmente ostentar nuvens carregadas ou um grande e brilhante sol? O azul do céu está sempre lá, lá em cima, mesmo que não olhemos para ele. Mesmo que ninguém pare para reparar nele. Tomar um segundo que seja para aproveitar sua beleza e sua constância. Talvez seja por isso que não o notamos, é constante. Talvez por isso damos maior importância ao sol, à chuva, às nuvens; às nem vemos o céu direito. Talvez agora entenda também outra frase da mesma música, que completa o significado da primeira: “esse céu azul que eternamente brilhará”. O céu será sempre azul, sempre vai brilhar, sempre estará lá. Nós é que não percebemos sua beleza. Não importa quanta importância é dada a esse fato, estará sempre lá. Resta a pergunta: será que nós teremos para sempre a capacidade de vê-lo assim, para sempre?

Nenhum comentário: